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Crescimento do PIB impulsiona mercado da construção, mas desafios estruturais persistem
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um crescimento de 1,4% no segundo trimestre de 2024, superando as expectativas do mercado. Com esse resultado, o mais expressivo desde o quarto trimestre de 2020, as projeções para a expansão no ano se aproximam de 3%, contra os 1,59% inicialmente previstos pelo relatório Focus em janeiro.
Apesar do crescimento do PIB, o mercado imobiliário brasileiro tem enfrentado desafios nos últimos 10 anos, principalmente devido às condições de financiamento, com 90% das transações dependendo dos financiamentos habitacionais tradicionais. “As vantagens do aumento do PIB são várias, mas só vamos conseguir aproveitá-las se estivermos preparados”, afirma Eduarda Tolentino, CEO da BRZ Empreendimentos.
Em análise feita para o portal da Gazeta da Semana, a executiva argumenta que o principal entrave para o setor são as restrições nas condições de financiamento, um desafio estrutural que requer soluções além das mitigadoras. “Qualquer medida que não enfrente o desafio estrutural será paliativa. Importante, mas paliativa”, argumenta.
Tolentino sugere duas estruturas importantes para o setor: o desenvolvimento do mercado secundário, e o foco no funding tradicional. Ela propõe que o FGTS continue voltado para o público de baixa renda, enquanto a Poupança atenda o segmento de média e alta renda.
Para aproveitar o aumento do PIB, a CEO recomenda que as empresas invistam em análise de demanda, estudos de viabilidade e preço de insumos, além de manter uma análise cautelosa dos riscos macroeconômicos.
“Com a demanda de imóveis aumentando, a busca por materiais de construção acompanha o movimento — o que impacta e muito no preço. O cimento, o aço e o vidro são os primeiros da lista a serem avaliados. Assim, se houver sinais de que o PIB e os preços continuarão crescendo, as construtoras podem decidir antecipar compras de materiais ou adotar práticas que reduzam a dependência de insumos tradicionais”, alerta.
Tolentino conclui enfatizando a necessidade de discussões amplas sobre medidas estruturais para o setor, destacando a importância da construção civil para a economia brasileira e a urgência em abordar o déficit habitacional do país.
Fonte: Gazeta da Semana
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